Como identificar um boleto fraudado

Publicado em 12/09/2019 - Atualizado em 01/11/2019

Entenda como identificar um boleto fraudado e o que fazer se você for vítima.

Fraudes em pagamentos não são incomuns no Brasil: a Federação Brasileira de Bancos (Febraban) registra mais de 450 milhões de fraudes anualmente. Além disso, pesquisas recentes mostram que 12 milhões de brasileiros foram vítimas de fraudes online, e o e-commerce é um dos principais canais para tentativas de fraudes. O mesmo estudo também mostra que, entre as vítimas, 50% disse que fez uma compra e não recebeu a mercadoria, e 42% respondeu que o produto entregue foi diferente do adquirido.

O boleto bancário, o segundo método de pagamento mais utilizado no Brasil, é responsável por muitos desses casos. Diferente dos cartões de crédito, essa alternativa de pagamento não permite estornos, o que significa que, na maior parte dos casos, o consumidor não recebe seu dinheiro de volta.

 

Os tipos mais comuns de fraudes do boleto

Ainda este ano, a polícia do Distrito Federal, em conjunto com a polícia de Goiás, desarticulou uma operação criminosa que faturou mais de R$ 19 milhões com fraudes de boleto.

Os criminosos entravam em contato com os clientes que fizeram uma compra online e que optaram pelo boleto e, então, solicitavam um novo pagamento alegando que a primeira tentativa não havia sido processada. Depois disso, a quadrilha utilizava perfis falsos para realizar compras fraudulentas e geravam um novo código de barras. Esse código era, então, encaminhado ao cliente e, ao confirmar o pagamento, a mercadoria era entregue em outro endereço.

A polícia não soube dizer como os criminosos foram capazes de identificar quais consumidores realizavam suas compras com o boleto bancário. Mas a Konduto, uma plataforma antifraude para e-commerce, acredita que o mais provável é que os dados dos clientes tenham sido vazados ou seus dispositivos infectados por um malware.

Por isso, para evitar que você seja uma vítima de fraudes de pagamento, você deve entender quais os tipos mais comuns de extorsão.

 

1. Bolware

Softwares e hardwares infectados por vírus ou conteúdos comprometidos baixados no dispositivo são algumas formas que os criminosos encontram para emitir um boleto fraudado. Um malware intercepta o documento e altera os dados do boleto e, assim, o pagamento não é compensado na conta do vendedor. Neste cenário, tanto o vendedor quanto o cliente são prejudicados. Para evitar situações como essa, é importante que os consumidores instalem um antivírus de confiança tanto no desktop quanto nos dispositivos móveis.

A implementação do boleto registrado diminuiu as ocorrências desse tipo de fraude. Agora, quando um boleto é emitido, ele é registrado pelo Banco Central com os dados do beneficiário e do pagador. No entanto, ainda é preciso tomar cuidado antes de realizar o pagamento: a tela de confirmação deve exibir os mesmos dados constatados no boleto. Qualquer divergência de dados pode indicar uma fraude.

 

2. Vendas falsas

Outra prática criminosa muito comum é falsificar uma venda na internet. Neste caso, o suposto vendedor oferece seus produtos ou serviços em uma plataforma online – como, por exemplo, um marketplace para produtos usados – e atrai o consumidor para fora do site para finalizar a compra.

Assim, o criminoso pode enviar um boleto fraudado ou até mesmo acertar uma forma de pagamento alternativa – como uma transferência bancária, por exemplo.

Portanto, os consumidores devem sempre se certificar de efetuar o pagamento por meio de uma plataforma segura. Uma forma de fazer isso é checar se a loja online usa um certificado SSL e se o link do pagamento está sob o mesmo domínio. Desta forma, o cliente se certifica de que o produto será entregue a ele, além de receber uma série de garantias caso ocorra qualquer problema com a compra – como estornos, por exemplo.

 

3. Sequestro de estoque

Este cenário afeta somente o e-commerce, e não os clientes.

Vamos supor que uma loja online lance uma grande promoção, oferecendo descontos atrativos para seus clientes. O concorrente, então, adquire uma grande quantidade de produtos da loja usando o boleto bancário, mas não efetua o pagamento até a data do vencimento.

Como o vencimento do boleto é só dentro de alguns dias, as transações não são confirmadas imediatamente. Além disso, a confirmação de pagamento da maioria dos boletos bancários acontece em até 72h úteis. Dessa forma, a compra não é liberada imediatamente para a entrega, mas aparece como indisponível para outros consumidores. Portanto, o estoque é retido e o concorrente pode vender seus produtos para o mesmo público-alvo.

As lojas online podem se proteger dessas práticas criminosas integrando ao e-commerce uma plataforma antifraudes que detecta compras suspeitas. Além disso, também é possível trabalhar com um boleto bancário que ofereça a opção de ajustar a data de vencimento de acordo com a necessidade, além de agilizar a confirmação do pagamento. O Boleto Flash®, da PagBrasil, não apenas permite ajustar a data de vencimento, como também confirma o pagamento em menos de uma hora nos dias úteis.

 

4. Cobranças fraudulentas

Outra prática comum adotada por criminosos é a cobrança de um imposto, taxa ou licença que não existe. Isso é especialmente comum durante a época em que os brasileiros precisam pagar seus impostos. Um boleto fraudado é enviado pelo correio ou para o e-mail da vítima, que então paga a cobrança para evitar supostas multas ou restrições.

 

Práticas para prevenir pagamentos fraudulentos

Além de instalar um antivírus e completar a compra em uma plataforma segura, existem algumas práticas que podem evitar essas situações indesejadas.

A SPC Brasil mostrou algumas ações que vítimas de fraudes tomaram para prevenir fraudes no futuro. A pesquisa apontou que 43% realiza o checkout em uma plataforma segura, e 41% respondeu que eles buscam a reputação do vendedor nas mídias sociais ou em sites de reclamações como o Reclame AQUI.

Além disso, 38% deixou de compartilhar seus dados nas redes sociais, e outros 38% disse que não respondem mais e-mails ou ligações telefônicas que solicitam informações pessoais. Somente 9% deixou de comprar online.

Portanto, se um consumidor suspeita de fraude, há algumas medidas que podem ser tomadas. Listamos abaixo algumas delas.

 

1. Consultar nome em uma base de dados

Alguns criminosos enviam boletos falsos com a ameaça de que, se o pagamento não for realizado, o nome da vítima será incluído em bancos de dados como o SERASA. Aqueles que têm o nome incluído nessas empresas possuem acesso limitado ao crédito, o que pode impedir aprovações para empréstimos, financiamentos, e até cartões de crédito domésticos.

Para se certificar de que a dívida realmente existe, é possível consultar os débitos pendentes diretamente no site das empresas de proteção ao crédito.

 

2. Consulte os órgãos oficiais

Nos casos de cobranças indevidas, é recomendado consultar o órgão oficial que seria responsável pela emissão do boleto bancário. Assim, a vítima não apenas pode identificar se o boleto é verdadeiro, como também confirma como e quando ela pode quitar o débito.

 

3. Solicite uma Nota Fiscal

Todos os vendedores brasileiros devem emitir uma nota fiscal ao vender seus produtos ou serviços. Os consumidores têm o direito de solicitar esse documento quando estão comprando online – assim, é possível conferir o valor exato da compra e solicitar um reembolso, se preciso.

É importante ressaltar que lojas fora do Brasil que não operam no país não emitem notas fiscais, e sim uma cobrança internacional. Porém, todo e-commerce de confiança deve esclarecer aos seus clientes quando a mercadoria é enviada do exterior e oferecer suporte ao cliente.

 

O que fazer se você realizar o pagamento de um boleto fraudado

Se você foi vítima de um boleto bancário fraudulento, a melhor forma de obter o reembolso é entrando em contato diretamente com a instituição que emitiu o pagamento. Desta forma, o consumidor poderá recorrer a empresa emissora.

Porém, se a compra não foi processada por meio de uma instituição – e é, portanto, um documento falso –, a vítima deve se dirigir a polícia.

 

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