Com o avanço da pandemia de COVID-19, as organizações de saúde estão orientando a população a reforçar medidas que limitam o contágio. Além do distanciamento social, lavar as mãos e desinfetar objetos regularmente, limitar o uso do dinheiro em espécie também é uma recomendação não apenas das autoridades de saúde, como também das instituições financeiras.
Recentemente, epidemiologistas compartilharam a notícia de que o vírus do COVID-19 pode permanecer ativo por até 24h em materiais de papel. Portanto, uma única cédula, que foi passada de mãos em mãos, pode carregar o vírus.
Como resultado, realizar pagamentos online e por aproximação é um hábito que será fortemente introduzido no dia a dia dos consumidores. O pagamento online é uma forma efetiva para evitar ambientes públicos, não encostar em objetos contaminados e, também, possibilitar entregas sem contato. Já os pagamentos por aproximação, apesar de menos eficientes em reduzir a interação humana, limitam o contato do consumidor com as maquininhas de cartão, já que transações até determinado valor não exigem senha.
No longo prazo, os consumidores vão preferir pagamentos online e contactless
Como mencionamos neste artigo, as vendas no e-commerce devem continuar crescendo mesmo após o controle da pandemia, já que usuários que antes não eram tão engajados na compra online estão introduzindo esse hábito nas suas vidas cotidianas. O mesmo fenômeno deve acontecer com os meios de pagamento.
De acordo com uma avaliação de impacto do COVID-19 realizada pelo Global Data, a mudança para os canais digitais durante esse período de isolamento representa uma oportunidade que deve incentivar uma migração mais permanente. Além disso, ao realizar compras presenciais, os consumidores devem substituir o pagamento em dinheiro em espécie por ferramentas de pagamento digital. No longo prazo, o COVID-19 deve, de modo geral, acelerar a descontinuidade dos pagamentos em espécie em mercados desenvolvidos e em desenvolvimento, especialmente entre os consumidores que têm acesso aos meios de pagamento eletrônicos, mas que ainda optam pelo dinheiro.
No Brasil, onde 71% da população prefere pagar pelas suas compras cotidianas em dinheiro, é muito provável que vejamos um crescimento significativo nos pagamentos online e por aproximação. No entanto, existem 45 milhões de adultos desbancarizados no país que não têm a opção de migrar do dinheiro em espécie para o digital.
O que acontecerá com os desbancarizados?
Um elevado número de brasileiros não possui uma conta bancária. Sem acesso aos serviços bancários digitais, como essa população deve pagar suas contas e compras online?
Nesses casos, a ida ao banco ou à lotérica ainda é necessária. O consumidor pode efetuar seus pagamentos com o boleto bancário ou, ainda, com métodos como o Boleto Flash®, o único que confirma o pagamento em menos de uma hora, e PEC Flash®, um meio de pagamento em dinheiro pensado para o e-commerce. Para quem precisa se deslocar até o banco, a Federação Brasileira dos Bancos (Febraban) reforçou às agências que adotem medidas de segurança para evitar a contaminação, de modo a melhor atender a população que ainda depende exclusivamente do dinheiro. No entanto, o Banco Central do Brasil autorizou flexibilizar o horário de atendimento dos bancos, reduzindo o acesso à população.
Diante desse cenário, os bancos digitais e eWallets poderão ser uma opção para aqueles que, até o momento, não têm uma conta. Abrir uma conta digital é fácil e os únicos requerimentos são acesso à internet e a um computador ou dispositivo móvel – o que felizmente são recursos que muitos brasileiros já têm em mãos: o país conta com 150 milhões de usuários de internet, e 96% deles têm um smartphone. Dessa forma, usuários podem realizar um depósito de maior valor usando o boleto bancário e utilizar o saldo na conta para realizar pagamentos digitais, minimizando suas viagens à bancos e agências lotéricas.