Já discutimos anteriormente alguns dos resultados do mercado de e-commerce brasileiro em 2016 e as previsões e tendências para este ano. De qualquer forma, recentemente a 35º edição do relatório Ebit Webshoppers revelou dados atualizados e mais extensos sobre o mercado de e-commerce no Brasil. Este estudo é a principal referência para profissionais do e-commerce no país desde 2001. Contando com informações de mais de 25 milhões de usuários de mais de 21.000 lojas online e um sofisticado sistema que coleta dados de compradores em tempo real, os resultados da Ebit tendem a ser os mais esclarecedores do mercado.
Crescimento anual
A última edição do Webshoppers indica um crescimento anual de 7,4% em 2016, com uma receita total de 44,4 bilhões de reais. O número não é muito diferente dos 8% previamente estimados pela Ebit. O relatório mostra que o principal motor deste crescimento foi o aumento de 8% no ticket médio, já que não houve aumento no número total de compras efetuadas durante o ano. O valor médio das transações de e-commerce em 2016 foi de 417 reais, em comparação com 388 reais em 2015.
Consumidores online
Outro destaque do estudo é o fato de que quase um quarto da população brasileira fez compras online pelo menos uma vez durante 2016, o que soma um total de 48 milhões de consumidores. Este número representa um crescimento impressionante de 22% em comparação com o ano anterior. O relatório aponta que as mulheres foram ligeiramente mais ativas que os homens nas compras online, representando 51,6% dos compradores. Também vale destacar que, mesmo que os consumidores da região Sudeste sejam responsáveis por 60% das compras online no país – um descenso em relação aos 64,50% de 2015 -, outras regiões brasileiras cresceram no número de transações. As regiões Sul e Centro-Oeste lideram este crescimento com um aumento de 1,1% e 2,2% respectivamente.
Comportamento do consumidor de e-commerce brasileiro
A Ebit identificou que 2016 foi um ano importante para o m-commerce no Brasil. Aproximadamente 22% das compras foram efetuadas através de dispositivos móveis. Comparativamente, em 2015 o m-commerce representava somente 12% das transações do e-commerce brasileiro. O relatório também mostra que os consumidores brasileiros foram mais precavidos gastando o seu dinheiro, comportamento acentuado pela taxa de desemprego alta e a situação de instabilidade econômica. Em vista disso, datas como o Black Friday, quando os consumidores podem economizar, foram muito populares. No dia 25 de novembro, o Black Friday do ano passado, os consumidores brasileiros gastaram 1,9 bilhões de reais, o que representa 13 vezes a receita de um dia normal.
Outro destaque sobre o comportamento do consumidor é o aumento do número total de compradores que optaram por pagar à vista ao invés de pagamentos parcelados. Tradicionalmente, os brasileiros preferem financiar as suas compras, porém mais de 42% dos consumidores online escolheram pagar à vista. Isto é justificado principalmente pelos incentivos que as lojas online ofereceram para compras à vista.
Compras cross-border
Mais de 21 milhões de brasileiros gastaram 2,4 bilhões de dólares em sites internacionais em 2016, o que supõe um aumento de 17% em comparação com 2015. As principais categorias para compras cross-border foram eletrônicos, informática e moda e acessórios, com uma quota de 34%, 25% e 24% respectivamente.
Em relação aos métodos de pagamento usados para compras em sites internacionais, os cartões de crédito lideram com 62% das transações, seguidos por PayPal (28%) e o boleto bancário (9%). Neste cenário, é importante frisar que muitos sites internacionais não oferecem métodos de pagamentos nacionais, motivo pelo qual o PayPal adquire mais relevância em comparação com o boleto bancário. Quando há a opção, os brasileiros escolhem pagar com boleto bancário aproximadamente 25% das vezes.
Também é importante ter em conta que quando os brasileiros compram em sites internacionais que não oferecem métodos de pagamento nacionais usando o seu cartão de crédito ou PayPal, precisam pagar 6,38% de IOF, além de até 7% de spread cambial (diferença entre a taxa de câmbio do cartão e a taxa interbancária). Isto pode prejudicar a taxa de conversão de lojas internacionais. Para ajudar os lojistas internacionais a superar essas dificuldades, a PagBrasil oferece uma ampla gama de métodos de pagamento e serviços orientados a aumentar as vendas e melhorar as conversões no mercado de e-commerce brasileiro.