O Brasil oferece excelentes oportunidades para comerciantes cross-border que querem expandir para novos mercados. O maior mercado de e-commerce da América Latina, com 42% da receita total da indústria na região, passou por uma acentuada recessão econômica nos últimos anos. No entanto, nem mesmo esta situação impactou o mercado de e-commerce, que continuou crescendo enquanto outros setores econômicos acumulavam perdas, inclusive o varejo tradicional.
Mais de 25% da população brasileira realizou pelo menos uma compra online em 2017, somando um total de R$ 47,7 bilhões. Para 2018, a previsão é que o segmento tenha um aumento de 12% na receita. Com 140 milhões de internautas muito ativos, que passam uma média diária de 9h 14min online, o potencial da indústria de e-commerce no país é inegável. Além disso, os consumidores brasileiros também costumam comprar em sites internacionais. No ano passado, 22,4 milhões de consumidores online compraram cross-border.
Apesar dos números expressivos, há uma série de desafios para os lojistas que decidem entrar no mercado brasileiro:
-
- Dimensões geográficas
O Brasil possui medidas continentais, ocupando 47,3% da área total da América Latina. O cálculo é simples: a distância entre Nova York e Los Angeles é de 4.500km, enquanto no Brasil a distância entre Recife, na costa leste, e a fronteira no extremo oeste é de 5.300km. O tamanho do país invariavelmente gerará desafios logísticos para comerciantes que vendam produtos físicos.
Além disso, um território tão amplo também sinaliza uma população heterogênea. Por isso, os negócios precisam se adequar as necessidades de consumidores em diferentes regiões.
-
- Legislação fiscal complexa
Entre os 190 países listados pelo Banco Mundial no índice Ease of Doing Business, o Brasil fica com a posição 184 no que se refere ao tempo usado para pagar impostos. As empresas precisam de 1,958 horas de trabalho ao ano para declarar e pagar seus impostos no país. Além disso, a legislação fiscal no Brasil sofre constantes alterações e atualizações. Por exemplo, entre 1988 e 2013, um total de 309.000 regulamentações fiscais foram editadas. A imagem abaixo mostra um livro criado pelo advogado Vinicius Leoncio que contém todas as regulamentações coletadas ao longo de 23 anos. O livro tem 42.266 páginas, pesa 7.530 quilos e possui 2,1 metros de altura. Atualmente, mais de 20.000 destas regulamentações seguem vigentes.
Foto por Fabiana Aragão/ Advocacia Vinicios Leoncio (19/03/2014)
-
- Acesso restrito a pagamentos locais
Os negócios que não possuam uma empresa registrada no Brasil terão acesso restringido aos métodos de pagamentos nacionais. Por este motivo, a maioria dos comerciantes internacionais começa a vender no Brasil somente recebendo pagamentos com cartão. No entanto, se deparam com taxas de rejeição de pagamento de até 70%. Aproximadamente, 30% dos cartões emitidos no Brasil, inclusive das bandeiras Visa e MasterCard, estão habilitados para pagamentos internacionais, o que justifica as altas taxas de rejeição. Vale ressaltar que métodos de pagamentos alternativos locais, como o boleto bancário e a transferência online bancária, não podem ser contratados diretamente por empresas cross-border.
Começando uma operação cross-border para superar os desafios
Iniciar uma operação cross-border com parcerias de empresas locais de pagamentos, logística e marketing normalmente é a melhor forma de ter sucesso. Confira nossas seis dicas para começar:
-
- Traduzir o site: é muito difícil para o consumidor confiar em uma empresa se não consegue entender o que ela diz. Além de ajudar a aumentar a sensação de confiança do consumidor, um site traduzido também melhorará a navegabilidade e oferecerá uma melhor experiência de compra.
-
- Oferecer métodos de pagamentos locais no checkout: disponibilizar opções de pagamentos nacionais permitirá alcançar mais consumidores e ajudará a aumentar a confiança deles na loja. Como mencionado anteriormente, o acesso a cartões de crédito domésticos, pagamento parcelado, boleto bancário e outros métodos de pagamento alternativos está restringido para comerciantes internacionais. Por isso, é necessário fechar uma parceria com um provedor de serviços de pagamento brasileiro, como a PagBrasil, para seguir com este passo.
-
- Interagir com os consumidores: a fim de definir as melhores estratégias para ampliar as operações no Brasil, as empresas devem entender o comportamento e as expectativas de seus consumidores. Por isso, interagir com eles é um ponto essencial.
-
- Investir em marketing: depois de conhecer bem o perfil de seu consumidor, o próximo passo é investir em marketing especializado no país. Para lojistas cross-border, a melhor opção é fechar parcerias com agências brasileiras de marketing, relações públicas e publicidade. Além de produzir conteúdo em português, as agências nacionais terão suficiente conhecimento do mercado para definir as melhores estratégias para branding e divulgação de produtos e serviços.
-
- Trabalhar com parceiros locais de logística: os negócios que vendam produtos físicos se beneficiarão de ter um parceiro nacional de logística. Desta forma, é possível realizar importações em larga escala, que além de reduzir custos, agiliza a operação. Outro specto positivo é que desta forma os consumidores serão poupados qualquer eventual taxação da mercadoria na chegada ao Brasil e os prazos de entrega serão reduzidos.
- Proporcionar um excelente serviço de atenção ao cliente: contar com uma equipe fluente em português é essencial. No entanto, para atender as necessidades dos consumidores brasileiros, o SAC da empresa deve estar disponível em diferentes canais, como, como telefone, e-mail, Facebook e inclusive WhatsApp, além de oferecer respostas rápidas e detalhadas.
Após dominar estes seis pontos, alguns negócios decidem entrar de cabeça no Brasil e abrir uma filial no país. Por outro lado, outros optam por continuar com a estrutura cross-border através da assistência de parceiros locais. Não há certo ou errado sobre como proceder.
Independentemente da direção tomada, o essencial é que os lojistas tenham em mente que o sucesso somente será alcançado mediante entendimento do mercado e adaptação às suas necessidades. Apesar do panorama desafiador, não há motivos para jogar a toalha. As empresas que conseguem superar estas dificuldades conseguem abrir as portas de um mercado gigantesco e menos competitivo, no qual é possível desenvolver uma operação de negócio muito rentável.
Comentário
Eu gostaria de conversar com o responsavel para oferecer nosso Cross Border payment. Estamos em mais de 140 paises.
obrigada