A primeira metade do ano foi positiva para a indústria de e-commerce brasileira, que registrou um crescimento nominal de 12,1%*, em comparação com o mesmo período de 2017. O crescimento é particularmente estimulante se considerarmos os eventos ocorridos no semestre e as incertezas com o ambiente político no país.
Em maio, a classe dos caminhoneiros organizou uma greve geral que impactou vários segmentos econômicos, incluindo o de e-commerce. As entregas de mercadorias foram afetadas e atrasadas durante a greve, o que provocou uma diminuição no volume de vendas neste período. Já a Copa do Mundo da FIFA, que aconteceu de meados de junho a meados de julho, alavancou a venda de televisores no país. Entretanto, provocou, ao mesmo tempo, uma redução no volume de vendas durante os jogos da seleção brasileira. Outro aspecto importante, o cenário político em ano de eleição presidencial, que ocorrerá em outubro, também amplia as incertezas no país. Isto faz com que os consumidores sejam mais cautelosos com suas finanças e pensem duas vezes antes de realizar compras online.
Destaques da indústria de e-commerce
A indústria de e-commerce brasileira atingiu uma receita total de R$ 23,6 bilhões no primeiro semestre do ano, um crescimento de 12.1% se comparado ao volume da primeira metade de 2017. Além disso, 7,5 milhões de novos consumidores foram somados ao e-commerce nos primeiros seis meses de 2018, totalizando 27,4 milhões de compradores, 7,6% a mais que no ano anterior. Com quase 55 milhões de transações realizadas no primeiro semestre deste ano, 8% a mais que em 2017, o ticket médio do e-commerce cresceu3,8% e atingiu a marca de R$ 433.
Mantendo sua excelente taxa de crescimento, o segmento de m-commerce obteve 41% mais transações na primeira metade de 2018 do que em 2017, e os dispositivos móveis já representam 32% de todas as compras no e-commerce no país. Comparando o ritmo de crescimento do m-commerce com toda a indústria de comércio online, é evidente sua velocidade acelerada:
No que se refere ao pagamento das compras online, 52% dos consumidores optaram por pagar à vista. É a primeira vez que o pagamento parcelado foi superado pelo pagamento em parcela única. No entanto, ao optar pelo parcelamento, os compradores preferem parcelar em 4-12 vezes (28.5%) do que fazer o pagamento em 2-3 parcelas (19.5%). Descontos e outros incentivos para o pagamento à vista, principalmente no boleto bancário, são os principais responsáveis desta mudança no comportamento de pagamento.
Previsão para este ano
Os bons resultados do primeiro semestre de 2018, somados a um cenário otimista para a segunda metade do ano, principalmente devido a datas como o Dia dos Pais, Dia das Crianças, Natal e, em especial, o Black Friday, fazem com que seja possível prever um crescimento de 12% para este ano, com a indústria de e-commerce alcançando uma receita total de R$ 53,4 bilhões.
*Todos os dados indicados foram retirados da 38ª edição do relatório Webshoppers da Ebit/Nielsen.