Agentes pessoais de compras
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Agentes pessoais de compras por IA: revolução no e-commerce e desafios da infraestrutura de pagamentos

Publicado em 23/10/2025

Estamos à beira de uma transformação tão profunda no varejo digital que merece atenção estratégica agora: a ascensão dos agentes pessoais de compras por IA.

Segundo pesquisa da McKinsey & Company, o modelo de “agentic commerce” (agentes de IA que compram em nome do consumidor) pode movimentar entre US$ 3 trilhões e US$ 5 trilhões no varejo B2C global até 2030.

E o comércio já está se preparando, como indica a pesquisa Connected Shoppers Report, da Salesforce, que ouviu milhares de varejistas de diversos países. Segundo o estudo, 75% dos entrevistados creem que os agentes pessoais de compras por IA terão um papel decisivo no comércio eletrônico.

A mesma pesquisa indica que os consumidores também esperam a disrupção. Enquanto 54% dos entrevistados da geração Z afirmam que já usam a inteligência artificial para descobrir novos produtos, 63% se interessam pela possibilidade de delegar a compra a agentes de IA.

Apesar do entendimento majoritário sobre a importância futura que os agentes pessoais de compras terão, nem todos têm clareza sobre como se adaptar a esse cenário.

Muitos líderes de negócios digitais se preocupam com a tecnologia do agente, mas o ponto de partida deve ser a sua infraestrutura de pagamentos: ela possui a resiliência, segurança e flexibilidade para suportar um ecossistema de transações autônomas?

A preparação da base tecnológica é o investimento estratégico que deve ser feito agora, e neste post vamos explorar melhor alguns detalhes dessa ideia.

Boa leitura!

O que são agentes pessoais de compras por IA?

Os agentes pessoais de compras por IA são sistemas de inteligência artificial capazes de agir em nome do consumidor, realizando todas as etapas da jornada de compra.

Isso envolve identificar uma necessidade, buscar a melhor opção disponível, comparar preços, negociar condições e executar a transação de forma autônoma e segura.

Esses agentes funcionam a partir da delegação de decisão e execução. O consumidor define parâmetros e preferências (como marcas favoritas, limites de gasto, frequência de reposição e níveis de prioridade) e o sistema passa a operar dentro dessas diretrizes.

Com base em dados comportamentais, histórico de compras e contexto em tempo real, como localização, estoques e promoções, o agente decide quando e o que comprar.

Em outras palavras, os agentes pessoais de compras são sistemas de inteligência artificial autorizados a representar o usuário em ambientes de compra digital.

Em vez de apenas recomendar produtos (uma função bastante utilizada no marketing dos e-commerces hoje) e preencher automaticamente um carrinho, o agente efetiva a compra, acionando métodos de pagamento e confirmando a transação sem intervenção humana direta.

Essa capacidade de ação delegada marca a diferença essencial entre os modelos de recomendação atuais e a próxima geração de agentes inteligentes.

Enquanto os algoritmos tradicionais informam, os agentes pessoais agem, inaugurando um novo paradigma em que a experiência de consumo passa a ser conduzida por infraestruturas transacionais invisíveis, capazes de conectar intenção, contexto e execução em tempo real.

Quais os desafios do comércio por agentes de IA?

A automação do consumo em larga escala inaugura uma era de transações iniciadas por sistemas inteligentes.

Mas será que esse deslocamento do agente humano para o agente digital autônomo muda completamente a natureza das operações de pagamento? Quais os padrões de autenticação, segurança, escalabilidade e compliance que a nova realidade exigirá?

As compras feitas por agentes de IA envolvem milhões de microdecisões automatizadas, acontecendo de forma contínua e invisível.

Entenda, abaixo, os desafios que o modelo impõe ao comércio eletrônico.

Autenticação e fraude

Um dos primeiros desafios está na autenticação de transações iniciadas por máquinas. Como aplicar protocolos como o 3DS 2.0, projetados para validar a intenção de um usuário humano, quando o comprador é um agente algorítmico?

A tendência é que surjam modelos de autorização delegada, nos quais o consumidor transfere permissões específicas para o agente (limites, condições e exceções) e a plataforma de pagamento reconhece a legitimidade dessas ações com base em credenciais tokenizadas e perfis comportamentais de IA.

Mas esse novo paradigma também amplia a superfície de ataque: fraudes baseadas em imitação algorítmica ou uso indevido de agentes são ameaças em potencial.

Por isso, a robustez dos mecanismos de autenticação dinâmica e detecção comportamental será determinante para a confiança nesse ecossistema.

Escalabilidade e performance

A infraestrutura atual de e-commerce foi pensada para interações naturais em volume previsível, não para uma realidade de compras autônomas sem o envolvimento de usuários humanos.

Os agentes pessoais de compras vão operar com microtransações recorrentes, fragmentadas e simultâneas, exigindo uma base de pagamentos altamente escalável e com latência mínima.

Será necessário evoluir arquiteturas centralizadas para modelos mais modulares e distribuídos, com APIs capazes de lidar com fluxos assíncronos, mensageria em tempo real e processamento paralelo.

O desafio é aguentar o volume e principalmente garantir consistência e rastreabilidade sem comprometer a experiência invisível que define o conceito de “compra por IA”.

Compliance e segurança de dados

Com decisões e transações executadas por sistemas, a questão da responsabilidade e conformidade legal ganha nova complexidade.

Como garantir aderência à LGPD e aos padrões PCI DSS quando dados sensíveis circulam entre múltiplos agentes digitais, APIs de terceiros e serviços em nuvem?

A automação exige governança algorítmica e transparência, de modo que o usuário saiba quando e como seu agente está agindo em seu nome.

Isso implica redefinir políticas de consentimento, rastrear logs de decisão e implementar camadas avançadas de criptografia e segregação de dados.

Qual a solução? Conheça os pilares da infraestrutura de pagamentos “Future-Ready”

Os desafios de que falamos acima não são simples, mas também não demandam uma reinvenção completa do e-commerce.

No lugar disso, o fortalecimento da infraestrutura tecnológica atual é capaz de garantir que os agentes de IA operem com segurança, fluidez e escala.

Já existem hoje arquiteturas de pagamento preparadas para interoperabilidade, tokenização e inteligência transacional, pilares que definem o que chamamos de uma infraestrutura future-ready.

Entenda melhor a seguir.

Segurança e recorrência via tokenização

A tokenização é o mecanismo que viabiliza a autonomia dos agentes de IA.

Ela transforma dados sensíveis de pagamento (como números de cartão) em tokens criptográficos seguros, que podem ser reutilizados para novas compras sem expor o dado original.

Isso permite que um agente execute transações recorrentes, renove assinaturas ou faça reposições automáticas com autenticação delegada e em conformidade com os padrões PCI DSS Nível 1.

Em vez de pedir permissão a cada compra, o consumidor autoriza o agente a operar dentro de parâmetros predefinidos e a infraestrutura de pagamentos precisa garantir que esse ciclo ocorra de forma segura, auditável e reversível.

Flexibilidade e interoperabilidade via API

Os agentes pessoais de compras não “visitam sites”, eles se conectam a APIs.

Toda a interação entre sistemas autônomos e plataformas de e-commerce ocorrerá por meio de interfaces de programação robustas, que permitam o diálogo direto entre o agente e a infraestrutura de pagamento.

Uma API para esse tipo de transação deve ser flexível, documentada e modular, precisa lidar com autenticação por chave pública e permitir a customização de lógicas de aprovação, estorno e reconciliação.

Inteligência de pagamentos com diversidade de métodos

No futuro, além do melhor preço, os agentes de IA buscarão a melhor condição de pagamento.

Eles analisarão prazos, limites, taxas, cashback e até o impacto ambiental de cada método de pagamento para otimizar a decisão final.

Por isso, a diversidade de métodos (como Pix, cartões de múltiplos emissores, carteiras digitais e boletos) será essencial.

Uma infraestrutura “future-ready” precisa oferecer inteligência contextual sobre cada transação, permitindo que o agente selecione automaticamente o método ideal para maximizar a eficiência financeira.

Esses três pilares (segurança via tokenização, interoperabilidade via API e inteligência com diversidade de métodos de pagamento) formam a espinha dorsal de um ecossistema preparado para os agentes pessoais de compras.

Construindo a base para a próxima década

A chegada dos agentes pessoais de compras por IA trará uma mudança estrutural no modo como o comércio digital funciona.

Nesse novo paradigma, o que sustentará a confiança e a fluidez das transações será a robustez invisível da infraestrutura de pagamentos que o habilita a agir.

A preparação para essa era envolve escolher parceiros tecnológicos cuja arquitetura já nasceu com segurança, flexibilidade e escalabilidade, como a PagBrasil.

Empresas que investirem agora em infraestruturas interoperáveis, tokenizadas e API-first estarão prontas para acolher esse novo ecossistema de transações autônomas, enquanto as que permanecerem presas a modelos legados enfrentarão custos de adaptação muito mais altos.

Converse com nossos especialistas sobre como desenhar uma arquitetura de pagamentos resiliente, preparada para as inovações que definirão o e-commerce da próxima década.

Profissional de Marketing Digital, especialista em SEO e entusiasta de IA. Na PagBrasil, é responsável pelo tráfego orgânico de PagBrasil.com e PagStream.com.

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