Inovação em Pagamentos
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Inovação em pagamentos: por que o Brasil deve liderar em vez de seguir tendências globais?

Publicado em 18/11/2025

Inovação em pagamentos é um tema central no Money 20/20, o evento global que catalisa tendências como stablecoins e agentes de e-commerce com inteligência artificial.

Em meio ao entusiasmo global, Ralf Germer, CEO da PagBrasil, trouxe uma perspectiva crítica e valiosa ao lembrar que o Brasil já demonstrou sua capacidade de inovar com impacto real.

Enquanto o mercado internacional debate tecnologias que ainda enfrentam barreiras regulatórias, de adoção e até culturais, o Brasil criou o Pix e resolveu um problema concreto e massivo: o acesso a pagamentos rápidos, baratos e confiáveis.

Em 2025, Germer esteve em duas edições do Money 20/20, evento global focado em tecnologia financeira: na Arábia Saudita e em Las Vegas, onde participou também como palestrante.

Segundo ele, a inovação mais transformadora nem sempre está nos modismos mais comentados, mas sim na solução de problemas urgentes e amplamente vividos por uma população.

Neste post, você vai entender quais são essas tendências e como a visão pragmática pode diferenciar o Brasil no futuro dos pagamentos.

Boa leitura!

Quais tendências globais dominaram o Money 20/20 em 2025?

Entre as principais pautas debatidas nas últimas edições do Money 20/20, dois conceitos se destacaram: as stablecoins e os agentes de e-commerce com inteligência artificial (IA).

Ambos foram apresentados como inovações capazes de transformar a forma como consumidores e empresas lidam com pagamentos, compras e transações digitais.

Mas o que exatamente significam essas tendências? Entenda melhor a seguir.

O que são stablecoins?

Stablecoins são criptomoedas projetadas para manter um valor estável, a partir da paridade com ativos tradicionais como o dólar ou o ouro.

A ideia é evitar a volatilidade comum das criptos, permitindo que essas moedas digitais sejam usadas de forma mais segura em pagamentos do dia a dia e transferências internacionais.

Diferentemente de outras criptomoedas, altamente voláteis, as stablecoins oferecem previsibilidade de valor, o que facilita sua adoção por empresas e consumidores em contextos financeiros reais.

Na teoria, elas poderiam reduzir custos, diminuir a complexidade e aumentar a velocidade de transações entre países ou plataformas.

O que são agentes de e-commerce com IA?

Agentes de e-commerce com IA são sistemas autônomos que utilizam inteligência artificial para planejar e executar tarefas complexas em compras online.

Eles podem, por exemplo, analisar catálogos de produtos, comparar e negociar preços e tomar decisões até a finalização do pagamento, tudo isso sem intervenção humana.

Na prática, funcionam como assistentes virtuais que assumem etapas do processo de compra, inclusive a etapa final, com o objetivo de otimizar tempo e eficiência.

Em operações mais avançadas, esses agentes também são capazes de rastrear históricos de preferência, adaptar-se ao perfil de consumo e até sugerir alternativas em caso de falta de estoque, tudo em tempo real.

Com isso, eles prometem melhorar a conversão e reduzir atritos na jornada de compra digital, especialmente em contextos de alto volume e múltiplos fornecedores.

Análise crítica: as tendências globais se aplicam à realidade do Brasil?

Embora stablecoins e agentes de e-commerce com IA tenham dominado o debate no Money 20/20, a pergunta mais relevante para quem atua no Brasil é se essas inovações fazem sentido no nosso contexto.

É importante olhar para essas tendências com cautela e senso crítico.

Essas soluções ainda não estão amplamente disseminadas na prática do comércio mundial e, mesmo que estivessem, é importante sempre pensar a nível local. O Brasil enfrenta desafios próprios e, por isso, nem toda solução global pode ser aplicada de forma direta ou imediata.

A seguir, apresentamos uma análise crítica específica sobre stablecoins e agentes de e-commerce com IA.

Por que as stablecoins ainda são um cenário distante?

Do ponto de vista teórico, as stablecoins oferecem uma proposta atraente, especialmente para transferências no comércio B2B entre empresas de diferentes países.

Nesse contexto, as stablecoins podem ajudar a reduzir o custo e a fricção nas transações internacionais.

“No entanto, o caminho está repleto de obstáculos regulatórios e jurídicos, além da necessidade de adesão global”, pondera o CEO da PagBrasil.

O uso cotidiano dessas moedas depende de uma rede ampla de aceitação, o que ainda está longe de acontecer em escala mundial, especialmente em economias emergentes como o Brasil. “Por isso, não me parece possível no curto ou médio prazo”, acrescenta Ralf Germer.

Por que os agentes de IA não vão substituir a decisão de compra humana (pelo menos por enquanto)?

No papel, agentes de e-commerce com IA prometem eficiência: automatizam tarefas burocráticas, comparam preços, otimizam o tempo das empresas e dos consumidores.

Essa automação tem valor, principalmente em processos repetitivos. “Talvez a parte de eliminar as tarefas repetitivas e burocráticas faça sentido”, reflete Germer, usando a automação da comparação exaustiva de preços de fornecedores como exemplo.

O problema está na substituição da decisão humana em escolhas que envolvem preferência pessoal ou valor elevado.

“Você vai mesmo confiar que, dentre tantos modelos de sapato para festa, aquele que a IA escolheu é a melhor opção para você?”, ilustra o CEO.

Além disso, Germer chama a atenção para a dimensão cultural no comportamento de compra do brasileiro, que gosta de ir ao shopping aos domingos, o que indica a preferência por ver os produtos no detalhe antes de confirmar a transação.

Esse tipo de experiência sensorial e relacional ainda é central para muitos segmentos, e difícil de ser replicado por um agente artificial.

Diante disso, a adoção em massa dessa tecnologia no Brasil parece distante, ao menos enquanto o fator humano continuar decisivo nas escolhas de consumo.

O protagonismo brasileiro: por que o Pix é o verdadeiro modelo de inovação?

Enquanto o cenário global discute conceitos futuristas e soluções que ainda enfrentam barreiras técnicas e culturais, o Brasil já deu uma resposta concreta aos principais desafios da inclusão financeira e da eficiência nos pagamentos.

“Somos os criadores do Pix, um sistema de pagamentos instantâneos com benefícios reais”, aponta o CEO da PagBrasil ao comentar o contraste entre o hype internacional e a efetividade das soluções brasileiras.

O Pix não surgiu como uma promessa teórica ou um modismo tecnológico. Ele nasceu da necessidade real de oferecer à população um meio de pagamento instantâneo, acessível, seguro e sem custo para o consumidor final.

Em vez de depender de tecnologias emergentes ainda em amadurecimento, como as stablecoins ou os agentes autônomos de IA, o Pix foi construído sobre a realidade do Brasil.

Com uma população altamente conectada, mas milhões de pessoas ainda fora do sistema bancário tradicional, a solução precisava ser simples, massiva e de fácil adoção.

O resultado foi um sistema que, em pouco tempo, transformou profundamente o comportamento de consumidores e empresas, impulsionando o e-commerce, o varejo físico, o setor de serviços e até mesmo os pagamentos entre pessoas físicas.

A adoção massiva confirmou o sucesso da iniciativa em relação ao seu objetivo principal: entregar valor concreto à população. Enquanto outras soluções ainda lutam por adoção, o Pix já é usado por milhões diariamente.

Além disso, o Brasil começa a ser reconhecido como referência internacional em pagamentos instantâneos.

O próximo passo pode ser a interoperabilidade entre sistemas semelhantes ao redor do mundo, e o Brasil tem tudo para liderar essa agenda.

Ao exportar a lógica e a arquitetura do Pix, o país pode não apenas inspirar outras economias, mas assumir um papel de liderança na construção de uma rede global de pagamentos instantâneos.

Entre o hype global e a inovação real

As discussões globais sobre o futuro dos pagamentos trazem insights relevantes e apontam caminhos possíveis para os próximos anos.

Stablecoins, agentes de e-commerce com IA e outras tecnologias emergentes merecem atenção, mas precisam ser analisadas com olhar crítico, principalmente em mercados como o brasileiro.

O Brasil não deve se fechar às tendências, mas também não pode adotá-las de forma automática.

É essencial filtrar o que realmente faz sentido para nossa realidade e, acima de tudo, continuar priorizando soluções que resolvam problemas concretos e de grande escala.

O Pix é um exemplo claro de como a inovação pode nascer dentro de casa e ainda servir de referência para o mundo.

Trata-se de uma resposta eficaz a desafios locais que, ao mesmo tempo, reposiciona o Brasil como protagonista global em pagamentos.

A inovação real é a que transforma a vida de milhões de pessoas. Se a sua empresa busca um parceiro estratégico que lidera a inovação em pagamentos com foco no mercado local, converse com um especialista da PagBrasil.

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